sábado, 10 de agosto de 2019

Diz que.. Foi tempo de mudança #2

Quando tudo na vida nos é mostrado que acontece com algum propósito e por algum motivo em concreto, nada nem ninguém consegue fazer com que alguém entenda uma ou várias situações pelas quais temos de passar durante a nossa vida.
Ponderei muito antes de escrever sobre o assunto, mas tenho para mim que não estou sozinha, que tudo deve ser falado, sob pena de mais tarde andarmos todos encharcados em comprimidos anti-isto ou anti-aquilo e transformar-nos em zombies da sociedade.
Quando falamos de mudança, falamos de passagem por uma metamorfose que nos muda para sempre.


Um mês e pouco após termos feito a mudança de casa, viemos a descobrir que estava grávida. Muito medo, um turbilhão de emoções gigante, enfiado numa montanha russa com o maior loop do mundo. 
O que se faz quando se descobre uma mudança destas? 
Será obviamente uma mudança para a vida toda (música da Carolina Deslandes no fundo) e que claramente vai mexer com a vida de todos nós, dos que nos rodeiam, precisamente porque vai existir mais uma vida que vai entrar na nossa vida!
Com o tempo a passar, tudo foi amenizando aos poucos e a ideia de nos tornarmos pais enraizou-se: é a sério e vai acontecer!
Ainda que, com muito medo desta descoberta, e por saber que até às 12 semanas nada de nada está garantido, fui tentando tranquilizar-me e repetindo o mantra de que tudo ia correr bem, só podia correr bem e não tinha como correr mal. 
Vómitos matinais normais, uma fome enorme todas as tardes, alterações de humor repentinas e o medo continuava a pairar sobre a cabeça. 
O medo e o esquecimento.
Sim, o esquecimento que dizem que é frequente quando a mulher está grávida e que não se sabe muito bem o motivo. Não vale a pena forçar, vou-me esquecer de algo, não me vou lembrar disto e daquilo. Paciência!
A gravidez foi descoberta quando ia tratar de uma situação de saúde, nada de grave, mas que estando grávida não se poderia tratar no momento. 
Não tem problema, não é grave, está tudo bem. 
A primeira a desconfiar foi a médica de família, implacável naquele consultório, sempre a perguntar datas.
Como a pessoa não é bem regulada - não falo só da cabeça, claro - nem me estava a ralar muito com isso. Atraso de 3 ou 4 dias? Nada do outro mundo, anormal era se fosse certo!
Pois que veio o resultado e deu positivo para 4 a 5 semanas. Que pontaria! Deve ter sido precisamente quando foi a mudança! Só pode!
Mais exames a fazer, marcar a ecografia do primeiro trimestre o quanto antes. Primeira coisa a fazer antes disto tudo: suspender o ginásio até ao final dos 3 meses - período crítico - e depois voltava quando passasse este tempo. Aulas de yoga, alongamentos, passadeira, com calma tudo vai ao lugar!
Primeira eco do trimestre marcada, a notícia dada a aos mais próximos, nível de excitação lá em cima, mas com muito medo à mistura.
As hormonas não perdoam e num momento podia estar a rir-me, como logo a seguir estava a chorar..
Depois do natal, uma dor nas costas em forma de choque, hospital! O que pode ser? Mas está tudo bem?
Primeira vez que vi o nosso bebé, um pequenino peixinho com uma luzinha a piscar. A melhor sensação do mundo!
O verdadeiro sentimento de que tudo vai correr bem, só pode melhorar!
Tranquilizei os demais e garanti que nada mais eram que gases. Gases! Ninguém vai ao hospital por causa de gases! 
Mentira!
Vão, porque dói de facto e podemos pensar que é algo mais grave, quando não é.
Viram os rins, a vesícula, a bexiga e por fim, o mais importante!
Ver o nosso bebé ali, bem posicionado, segundo a médica, fez com que se sentisse uma sensação de alívio gigante.
És nosso e ninguém te vai tirar de nós!
(Continua...)



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